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terça-feira, 23 de agosto de 2016

“Não sentiam vergonha”, esta é a essência da Inocência Original. No Princípio o que é importante considerar que se trata de uma verdadeira não-presença de vergonha. Não se tratava de uma vergonha parcial ou uma vergonha subdesenvolvida, mas inexistência deste sentimento. Também não podemos considerar a inocência no sentido de ignorância ou desconhecimento. Na verdade, trata-se de uma realidade como aquela para a qual somos convidados pelo próprio Cristo: “Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18, 3). É com o coração puro como o de uma criança que não percebe maldade em nenhuma das partes do seu corpo, afinal, impera o reconhecimento de que tudo o que Deus criou é intrinsecamente bom. Deste modo, no Princípio, ou seja, na nossa essência original, toda embebida no Amor de Deus, não havia a menor necessidade do para escondermos o nosso corpo. O cerne da nossa reflexão de hoje está no trecho de Gn 3, 7: “Então, abriram-se os olhos dos dois e perceberam que estavam nus; entrelaçaram folhas e se cingiram”. Foi esse “então” o divisor de águas entre a Inocência Original sonhada e querida por Deus, e a ruptura da primeira Aliança pelo pecado e suas consequências. O homem e a mulher sempre estiveram nus até o momento em que pecaram. E, a nudez de ambos não era causa de constrangimento ou vergonha, nem entre eles e, muito menos, entre eles e o próprio Deus.

Tatiana e Ronaldo de Melo

Núcleo de Formação e Espiritualidade da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro

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