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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Papa Francisco: “Se não aprendemos a chorar, não somos bons cristãos”

“O mistério do mal está além da minha compreensão. As respostas que eu tenho ouvido são insatisfatórias. Não encontro nenhuma palavra na Bíblia que o explique. Concluí que, uma vez estando além da nossa compreensão, Jesus veio não para explicar o sofrimento, mas para chorar e sofrer conosco. Prefiro ver a cruz não tanto como uma reparação dos nossos pecados, mas como a forma de Deus para se juntar a nós em nosso sofrer. Em vez de pregar a partir das margens, ele desce até aqui e sofre ao nosso lado. Eis o amor verdadeiro”, escreve Thomas Reese, jornalista e jesuíta, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 23-01-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Segundo ele, “só quando choramos é que podemos compreender”.
Eis o artigo.
O evento mais extraordinário da viagem à Ásia do Papa Francisco foi o seu encontro com uma filipina de 12 anos que perguntou, aos prantos, por que Deus deixa coisas ruins acontecerem a crianças inocentes. O encontro não estava previsto, de forma que o papa teve de responder em espanhol já que o seu texto não se adequava à situação.
Confesso que, como padre, nunca fui atraído pelo ministério hospitalar, pois temia ser atingido por algumas dúvidas. Quando jovem, padre inexperiente, lembro ter entrado num quarto de hospital com uma mãe dando carinho a uma criança que estava prestes a falecer. Quis ajudar, mas me senti completamente impotente, sem nada a dizer.
Sim, sei todas aquelas explicações pré-fabricadas: “É a vontade de Deus; Deus tem um plano; o seu filho estará feliz no céu; temos de carregar a cruz que Deus nos deu”. Mas fui inteligente o suficiente para não infligir tais respostas banais a uma mãe em luto, ficando sem saber o que dizer.
Glyzelle Palomar e muitíssimas crianças sofreram com o tufão devastador que atingiu as Filipinas no ano passado. “Por que Deus deixou isto acontecer?”, perguntou a menininha ao papa, cobrindo sua face com as mãos enquanto soluçava.
“Existem muitas crianças rejeitadas pelos pais”, disse ela ao Papa Francisco. “Muitas também se tornam vítimas e muitas coisas horríveis acontecem a elas, como drogadição e prostituição. Por que Deus está permitindo que coisas assim acontecem, mesmo que não seja culpa das crianças? E por que é que temos só poucas pessoas nos ajudando?”
O papa primeiro aplaudiu a menina por se expressar de forma tão corajosa. Então, disse à multidão de jovens reunidos na Universidade de Santo Tomás, em Manila, que prestassem atenção porque ela “fez a única pergunta que não tem uma resposta”.
O pontífice não respondeu dando uma palestra teológica sobre o mistério do mal. Em vez disso, afirmou as lágrimas dela, dizendo: “Só quando formos capazes de chorar sobre as coisas que vivemos, é que podemos compreender qualquer coisa e dar alguma resposta”. Para Ler + Clique Aqui!

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