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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

As mentiras do diabo e as falsas promessas deste mundo

Uma das grandes ilusões com que trabalhamos é a de que, se conseguirmos só mais uma coisa deste mundo, vamos ser felizes. Se tivéssemos um pouco mais de dinheiro, ou um emprego melhor, ou o iPad mais recente, ou se fôssemos casados com Fulana ou com Fulano, ou nos mudássemos para um bairro melhor... aí sim ficaríamos satisfeitos e finalmente seríamos felizes!Mas esse “finalmente” nunca chega, nem sequer quando consigamos várias das coisas da nossa lista. Afinal, como diz o Eclesiastes, “o olho nunca se cansa de ver, nem os ouvidos de ouvir” (Ecl 1, 8). Ou, ainda, “quem ama o dinheiro nunca tem dinheiro suficiente; quem ama a riqueza nunca está satisfeito com o que ganha” (Ecl 5, 8).

Sabemos muito bem disso, mas, por algum motivo, continuamos comprando a mentira uma vez atrás da outra: “só mais uma coisa”. E gastamos dinheiro e tempo, mas o prazer que conseguimos dura vinte minutos. O mundo simplesmente não consegue nos satisfazer.

Existe uma historinha que ilustra a sedução do “só mais uma coisa”. Aqui vai ela, seguida de alguns comentários:

Um homem que vivia sozinho pensou que um animal de estimação talvez o ajudasse a suavizar a falta de companhia. Ele foi então até uma loja de animais, olhou muitos dos bichos que havia lá e se viu atraído por um deles em particular. A etiqueta na gaiola dizia: "Papagaio falante: é garantido que ele fala!".
- Ah, este aqui com certeza vai resolver o meu problema, pensou o homem. Ele sabe até falar!
- São 250 dólares, disse o comerciante.

Uma semana depois, o homem voltou à loja:
- Este papagaio não está falando!
- Você quer dizer, retrucou o comerciante, que ele não sobe a escadinha e não conversa?
- Escadinha? Mas você não me disse nada sobre essa escadinha.
- Ah, me desculpe, disse o comerciante. São só 10 dólares.
Uma semana depois, o homem voltou de novo:
- O papagaio ainda não está falando nada!
- Você quer dizer, perguntou o comerciante, que ele não sobe a escadinha, não se olha no espelho e não fala?
- Espelho? Mas você não tinha falado nada sobre esse espelho!
- Ah, me desculpe, disse o comerciante. Ele custa só 10 dólares.

Outra semana depois, o homem voltou mais uma vez:
- O papagaio continua não falando!
- Você quer dizer, indagou o comerciante, que ele não sobe a escadinha, não se olha no espelho, não bica o sininho e não conversa?
- Sininho? Mas você não me falou de sininho nenhum!
- Ah, me desculpe, disse o comerciante. São só 10 dólares.

Uma semana depois, o homem voltou dizendo:
- Este papagaio ainda não está falando!
- Você quer dizer, perguntou o comerciante, que ele não sobe a escada, não se olha no espelho, não bica o sininho, não pula no balanço e não conversa?
- Balanço? Mas você não tinha me falado sobre esse balanço!
- Ah, me desculpe, disse o comerciante. Ele custa só 10 dólares.

Uma semana depois, o homem chegou à loja e o comerciante perguntou:
- Como está o papagaio?
- Morto, respondeu o homem.
- Morto? Mas ele não chegou a falar antes de morrer?
- Chegou. Até que enfim, ele falou, disse o homem.
- E o que foi que ele disse?
- Ele perguntou: “Mas naquela loja eles não vendem alpiste?”.

Lição 1: Promessas, promessas

Essa história nos ensina, com certa dose de humor, que o mundo e o “príncipe deste mundo” estão sempre nos prometendo resultados. Quando esses resultados não são satisfatórios, no entanto, a prática é simplesmente a de exigir mais do mesmo. Primeiro o papagaio, depois a escadinha, depois o espelho, depois o sininho, depois o balanço. Sempre existe a “necessidade” de algo mais e, depois disso, o resultado perfeito “com certeza virá”. Mas é mentira! E a mentira vem de muitas formas: basta só mais um acessório, basta apenas passar da versão livre para a versão paga, basta apenas comprar a atualização para resolver a dificuldade... Ou só mais uma bebida, só mais uma dieta, só um carro mais novo, só uma casa maior, só uma aplicação de botox, só uma cirurgia bariátrica... É sempre “só mais uma coisa”; a felicidade está sempre “logo após a próxima compra”.

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